Tem um texto que circula na internet. Ele pertence aquela classe de textos escritos por alguem que nao quis se identificar e que colocou palavras na boca de famosos.
Os principiantes da internet acreditam piamente que estes textos retratam fatos reais e que foi com estas pessoas mesmo. Todo texto que circula na internet é de autoria da Madre Teresa, do Einsten, do Dalai Lama...
Mas eu sempre tento tirar alguma lição destes textos. Então ai vai:
No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:
— Santidade, qual é a melhor religião? Esperava que ele dissesse: "É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo".
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos — o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta — e afirmou:
— A melhor religião é aquela que te faz melhor.
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
— O que me faz melhor?
— Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável.
O que eu tiro deste texto? Conversar sobre religião é futilidade. Tanto quanto é conversar sobre se bebemos agua em copo ou caneco. Cada um faz de si o que quer e não traz lucro nenhum pra mim saber como é o recipiente onde o vizinho toma água. O que me interessa é onde eu bebo água.
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